Nesse “dia de poesia” trago um poema do Miguel Carlos, meu querido amigo Carlucho, do livro “Outro livro”, 2006:
Migalhas de vida esparramados na mesa
Cacos de um destino a rasgar a toalha
Lágrimas de dor umedecem o ambiente
E um ar impregnado de ausência
faz perceber a saudade no ar.
De um lado uma cadeira apara
o corpo do poeta
Do outro, outra cadeira
apara o nada.
A fome de amor invade a alma.
Pesa na penumbra da manhã cinzenta
um olhar de adeus, um aceno de mão.
E um insuportável vazio
toma conta da mesa posta.