de mais Saudade Lembranças doces que nos perseguem Ausência de uma paixão que se esmaeceu no tempo Presença constante da falta que alguém nos faz Buscar no nada uma razão para a existência Fazer da névoa da memória uma companhia Olhar para as próprias mãos, agora vazias Ainda com o perfume do amor compartilhado De tudo que escorreu por entre nossos dedos E não conseguimos reter em nossa vida, Mas não tivemos jeito de tirar do coração. Relembrar cada momento de doçura e encanto Ouvir de novo a voz agora tão calada Perder os contornos precisos e só ter um vulto Como um barco que se afasta aos poucos do cais Sentir de novo toda a ternura repartida Ver caírem, uma a uma, as pétalas do amor desfazendo a rosa vermelha da paixão Saudade é o nome da solidão infinita É a distância que insiste em ficar perto É a certeza da perda, do não ter mais É saber que o sonho acabou para sempre É desejar morrer docemente dentro desse vazio