Era tanta tristeza, que um dia a vida me falou: “é hora de ser feliz! Venha!!!!!”
E fomos em busca da felicidade.
“Para se sentir feliz, em primeiro lugar é preciso ter paz”, disse ela. Escalamos montanhas, atravessamos desertos e vimos o sol nascer na África.
Vimos o sol se pôr no Oceano Pacífico.
Vimos a lua entre as montanhas dos Andes.
Ficamos no branco eterno do Mont Blanc.
No silêncio do voo do Condor.
E encontramos a paz.
Com o coração em paz era hora de continuar a busca pela felicidade.
“Para se sentir feliz, também é preciso ter os olhos preenchidos de beleza”, ela disse.
Fomos para a praia ao amanhecer. Caminhamos na areia ainda úmida. Quando o sol se levantou e aqueceu a imensidão de água, ali mergulhamos e nos deixamos levar pelo mar, doce amigo tão salgado.
Os olhos se enchiam das maravilhas daquele mar sem fim. Era hora de partir e ver a natureza pura, as cores da terra e das matas, e “l’aurora di bianco vestita”.
“Para ser feliz é preciso ouvir a música da natureza”, ela falou.
Fomos para floresta. O barulho dos animais noturnos, o chilrear dos grilos e os gritos das corujas, a algazarra dos animais do final da noite e então o canto dos pássaros no alvorecer. A alma estava em paz…
“Para ser feliz é preciso dançar”, ouvi então.
E fomos para a Grécia onde dançamos o hasapiko, percorremos toda a costa do Mediterrâneo, entramos na Itália, aprendemos as danças napolitanas, fomos para o norte, dançar com os cossacos e depois à Baviera aprender a dançar holzhacke.
Chegamos às Américas, aprendemos dançar rumba, samba, tango, salsa, bolero e mambo…
E enquanto dançávamos, cantávamos, ríamos e nos divertíamos.
E foi tanta alegria, nessa busca da felicidade, que eu me esqueci porque estava triste.