No 100º dia

Um dia ficou oficial: havia coronavírus no Brasil. A população estava exposta a uma doença desconhecida e, para alguns segmentos, fatal. Sem remédio, sem protocolo de tratamento, presumidamente descontrolada e sem cura.

Tudo começa a ser fechado. Até vir a ordem do isolamento horizontal.

Pânico. Histeria. Exageros. Negação. Descaso.

A primeira vítima da epidemia foi a verdade.

O oportunismo político tomou conta do cenário e da mídia. E tudo virou um circo, com as bençãos da cega, surda e manca justiça tupiniquim.

Depois de mais de um ano sem acesso livre aos cofres públicos, encontrou-se uma maneira de desviar dinheiro público. Muito dinheiro.

Nessa altura, a Itália quase dizimada – segundo os noticiários, a Espanha de joelhos, a França afundando, o Reino Unido correndo o risco de desaparecer.

E tome 24 horas/dia das notícias mais alarmistas.

Especialistas em nada entrando nas casas pelo horário nobre das TVs para espalhar mais desinformação ainda.

E descobrimos que os mais de cem milhões de técnicos de futebol que no último ano se haviam tornado cientistas políticos, eram na verdade renomados epidemiologistas, biológos e o diabo-a-quatro que as faculdades de ensino facebook vêm diplomando nos últimos tempos.

Usa máscara. Está protegido.

Mesmo usando máscara não está protegido.

Afaste-se de tudo e de todos.

Pegar na mão mata.

Beijar a avó morre.

Fica longe de todos os amiguinhos.

Andar ao ar livre é perigoso. Entrar no restaurante é fatal.

Famílias separadas. Vidas adiadas. Empresas falidas.

Nada mais como sempre foi. Incerteza e insegurança.

A pergunta constante: “o que será de nós?”

Hoje, cem dias depois, pouco ou nada mudou. Só as dúvidas aumentaram, porque parece que a verdade também era integrante de algum grupo de risco e morreu de covid.

Eu demorei alguns dias para entrar em isolamento, por estar viajando, assim ainda não completei minha “cententena”.

Ainda há contaminação. E ainda não se sabe exatamente como se dá a contaminação, o que é perigoso e o que deve ser feito.

Ainda há pessoas contaminadas assintomáticas. Outras com sintomas de gripe. E outras em hospitais e UTIs, algumas entubadas. E muitas mortes. Com ou De covid. E muita, muita incerteza sobre tudo isso.

Os testes são seguros? Como fazer o teste? O assintomático tem capacidade de contaminar outras pessoas? Como o vírus se comporta no meio ambiente e superfícies? Quanto tempo dura ativamente com capacidade de contaminação?

O que se sabe, com certeza, é que o vírus veio da China. De onde acenam com respiradores e vacina.

Faz lembrar o borracheiro do trevo que espalhava pregos na rodovia…

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