
Não é questão de gostar, nem é questão de querer.
Como também não é questão de aguentar nem é questão de ser forte.
É apenas a vida exatamente como ela é: rude, crua, bruta, implacável.
Nunca a vida pergunta como se quer ou como se gosta.
Apenas tudo acontece como deve acontecer, e cada um que se vire para se sair bem em cada prova que chega.
Da mesma forma, a vida não tem teste de capacitação nem auxílio de fortalecimento: manda os acontecimentos, as dores, as privações, e cada um que trate de aguentar como puder e fortalecer o próprio ombro para suportar o peso que terá de arrastar.
Ninguém é forte por opção nem por achar bonito. Mas por necessidade. Por não ter outra pessoa sobre a qual jogar o peso do que lhe acontece. Então o jeito é ser forte. Ou irá a pique.
A vida não fornece borracha nem apagador. Seus erros ficam gravados e geram consequências infinitamente, até o fim dos dias. Ouse errar uma vez, um segundo. E pagará como um Sísifo moderno, até o momento do último suspiro.
Também a vida não faz teste preventivo – apenas joga a carga e tem-se de suportar o peso do próprio fardo. E, por vezes, dos outros também, que nos é imposto carregar. E também a vida não ensina a ser forte: bate duramente até que cada um se fortaleça ou se quebre.
Felicidade? Ah, isso é baboseira que inventaram para fazer de conta que a vida pode ser boa e recompensar um dia.
Um dia? Sim, um dia. Quem sabe…