Poesia da casa – Alma

Close-up de Ferreiro forjando machado na oficina — fogo, moinho de martelo  - Stock Photo | #178849132

Tecida em fina renda, do mais delicado fio

A trama de minha alma suporta esses abalos

Magicamente ela resiste, não se rompe

Enfrenta tantas amarguras, tantas desventuras

E se vai deixando lapidar a cada tormento

Alma lapidada, foi forjada a ferro e fogo

No amor, no sofrer, na paixão, na desilusão

E segue, impávida, sem se deixar dominar

A alma bruta não é formosa nem é gentil,

Tal como a pedra original, que não tem fulgor

Ou ainda as brancas nuvens, disformes e sem graça

Por isso é preciso sofrer, transformar, lapidar

Aparar as arestas,  e eliminar as sobras,

Encontrar a forma perfeita para então polir

Quando então surge a alma bela e afetuosa

Como as mãos hábeis do lapidador que encontra

As melhores facetas da pedra e a transforma

Trazendo o mais belo e fulguroso diamante

O céu recoberto de nuvens amontoadas

Que escondem o sol, a lua e as estrelas

Quando, em silêncio vem o vento carinhoso

Lapidando as nuvens com cuidado e com capricho

Desnudando um céu recortado ou estrelado

Mostrando a beleza e o esplendor do infinito

Também minha alma, tão carente e tão sofrida

Se torceu na dor, no desespero, na saudade

E se tornou melhor, açoitada em sofrimento

Ela – essa alma lapidada – é tudo o que hoje

Eu tenho a ofertar, junto desse amor infindo.

Um comentário em “Poesia da casa – Alma

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s