
Ah, esse estranho amor que não se mostra
Não se assume, não demonstra
Na paixão explícita ele se esconde
Quer ser vivido sem compartilhar
Recebe com alegria, mas não se dá
Que não busca e não se aceita
Faz chorar, mas não suporta o pranto
Amor estranho como sol entre nuvens
Quando surge brilha forte e muito aquece
Depois se esquiva e simplesmente desaparece
Tão estranho esse amor, como a chuva na praia
Como estrelas na tarde ensolarada
Tal qual um pôr-do-sol que não precede a noite
Um triste rio de água parada
Um pássaro com asas temendo voar
Ou um barco sem leme que não pode atracar
Esse arco-íris interminável de contradições
Esse quero-não-quero do medo de querer
Do medo de se entregar, esse amor assim inseguro
Um amor estranho de tanto medo que tem de amar
(foto: Flaverson Sbardelatti, Rio Madeira)
Linda poesia!!!
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