No dia dos namorados

E chega o Dia dos Namorados. Pergunto a uma pessoa: “O que você vai fazer para comemorar o Dia dos Namorados?” Resposta: “Nada. Absolutamente nada. E falei para ele que vou dormir cedo, não quero sair e nem pretendo encontrar hoje.”

Outra: “Acho que estourar pipoca e ver Netflix, na minha casa ou na dele.” E eu digo: “Isso não é nada romântico, não parece comemoração do Dia dos Namorados…” e ela: “Pois é, mas no ano passado cancelamos viagem, ficamos em casa, eram oito horas eu pedi um jantar e só foi entregue depois da meia-noite. Dia dos Namorados e restrição do isolamento não combinam. Esse ano nem planejei nada.”

No mesmo sentido ouvi as respostas de tantas…

Será que o Dia dos Namorados morreu? Era tão comemorado, tão romântico, floriculturas esvaziadas, joalherias animadas, restaurantes com reservas antecipadas, motéis lotados…

Agora o Dia dos Namorados é de pijamas e pantufas, comendo pipoca… nada contra a pipoca, que eu adoro, mas… no Dia dos Namorados?

Cadê a paixão, aquela paixão de adrenalina, os presentes lindamente embrulhados, quanto menores mais irresistíveis…

As frases, as poesias, as serenatas, cadê os namorados?????

Até isso essa maldita peste conseguiu: acabar com o Dia dos Namorados. As pessoas estão depressivas, desiludidas, mal-humoradas, tentando recuperar os prejuízos dos sucessivos lockdwns, sem qualquer resquício de romantismo.

Acho, que no próximo Natal, deveremos pedir ao bom velhinho que nos traga uma pitada de paixão, uma medida de romantismo, e sonhos, muitos sonhos. Para muitas, inclusive, ele podia trazer até mesmo um namorado…

Por ser uma incurável romântica, ainda que não tenha namorado, deixo aqui uma canção do Poeta, o grande Poetinha Vinicius, que é pura paixão: