
Pousou na mansidão que envolve o amanhecer: Sem tristeza nem alegria, no silêncio simples da manhã. Trouxe em si o doce perfume que evoca lembranças E mostrou que para tudo há um novo recomeço. O amor, vestido de paixão, bateu à porta, E em ondas desordenadas passou a ocupar o espaço Como um vento confundiu todas as coisas e Numa lufada espantou tudo o que era triste, tudo O que não era mais, tudo o que deixara de ser. Como se fosse uma estrela, ou um satélite Seguia, encantada a teu redor: esperava, adivinhava até, A tua chegada – planeta maior, com vida própria, em Constante movimento, arrastando tudo pelo caminho. Sabendo ser passageiro, não me preocupei em te prender; Apenas dei o espaço necessário para um descanso No aconchego gostoso de um encontro quase impossível, Quando então a natureza amiga se aquietou e permitiu A imobilidade do momento eterno que se fez Entre teu chegar e teu partir. (imagem: Banco de imagens Google)