A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança…
Pousou na mansidão que envolve o amanhecer:
Sem tristeza nem alegria, no silêncio simples da manhã.
Trouxe em si o doce perfume que evoca lembranças
E mostrou que para tudo há um novo recomeço.
O amor, vestido de paixão, bateu à porta,
E em ondas desordenadas passou a ocupar o espaço
Como um vento confundiu todas as coisas e
Numa lufada espantou tudo o que era triste, tudo
O que não era mais, tudo o que deixara de ser.
Como se fosse uma estrela, ou um satélite
Seguia, encantada a teu redor: esperava, adivinhava até,
A tua chegada – planeta maior, com vida própria, em
Constante movimento, arrastando tudo pelo caminho.
Sabendo ser passageiro, não me preocupei em te prender;
Apenas dei o espaço necessário para um descanso
No aconchego gostoso de um encontro quase impossível,
Quando então a natureza amiga se aquietou e permitiu
A imobilidade do momento eterno que se fez
Entre teu chegar e teu partir.
(imagem: Banco de imagens Google)