Podemos ser amigos simplesmente, coisas de amor nunca mais. Amores do passado no presente repetem velhos temas tão banais. Ressentimentos passam como o vento, são coisas do momento, são chuvas de verão.
Trazer uma aflição dentro do peito é da vida um defeito que se cura com a razão.
Estranha no meu peito, estranha na minh’alma, agora eu vivo em calma: não te desejo mais.
Podemos ser amigos simplesmente, amigos simplesmente nada mais. (Chuvas de verão – Fernando Lobo)
Lindas a poesia e a sabedoria da letra dessa música, não é? Principalmente se na voz maravilhosa da insuperável e inigualável Maysa… para quem quiser conferir, essa e outras:
Atire a primeira pedra quem nunca quis reatar um relacionamento acabado.
E atire a segunda pedra quem nunca foi procurado por em ex para um revival.
Mas não adianta, porque o que acabou está morto, enterrado e não tem volta. Houvesse a mínima chance de dar certo,continuar, e não teria acabado.
É difícil muitas vezes por a pedra final e dizer: FIM, ACABOU.
Mas quando conseguimos dar esse passo, que alívio para a alma, para o coração, para a angústia.
A pior hora de um relacionamento é aquela em que sabemos, em que vemos que a relação precisa acabar e não temos coragem de matá-la.
Depois que ultrapassamos a linha do final, aí tudo fica fácil.
Mas muitos caem na tentação de um retorno, um encontro para lembrar os velhos tempos…
Acontece que o ser humano tem uma estranha capacidade de filtrar ao contrário, isto é, apagar do passado o que foi ruim e reter as lembranças boas. E aí começa o grande problema: um reencontro poderá desencadear não as coisas boas – que não eram tão importantes, não impediram o fim – mas as mágoas, as cobranças, tudo de ruim que levou ao fim do relacionamento.
E o gosto amargo será mais intenso do que na primeira separação, porque ainda por cima haverá o auto-desprezo pela fraqueza de não ter se mantido firme e falado não. Aí você pensa: porque fui aceitar essa volta, como sou fraco, podia passar sem esta, era certeza que não daria certo, se da primeira vez com todo o encanto não deu…
Porque a paixão, aquela paixão desenfreada, pura adrenalina, só acontece uma vez, é como água de rio: só naquele momento, porque depois já é outra água. A paixão só une o casal uma vez, desperdiçou, não tem volta.
É isso aí, fiquemos com o compositor, sem mágoas, sem cobranças: Podemos ser amigos simplesmente, coisas de amor nunca mais. Podemos ser amigos simplesmente, amigos, simplesmente, nada mais.