Alguns fatos nos mostram que há vida – e morte – além da quarentena.
Hoje foi a partida do inigualável maestro Enio Morricone.
Que atire a primeira partitura quem não se emocionou com Le vent le cri, ou com o tema de Cinema Paradiso. Ou Gabriel’s Oboe, ou Era uma vez na América, ou ainda 1900,ou a suave Malena, dentre tantas outras. Sem esquecer o magnífico assovio do tema de Três homens em conflito. E todas as trilhas dos saborosos “Spaghetti Westerns”, que tantos nos distraíram nas matinês dominicais – Uma pistola para Ringo, O bom, o feio e o mau, Por um punhado de dólares… tantos faroestes que nos distraíam, e sempre com músicas maravilhosas compostas pelo maestro, tão interessantes que marcaram a ferro quente nossa memória auditiva.
Compositor desde os seis anos de idade, por mais de 80 anos mostrou sua arte refinada ao mundo.
Morreu hoje, 06.07, aos 91 anos, na sua pátria, Itália.
Em complicações depois de um acidente doméstico há alguns dias, ocasião em que fraturou o fêmur.
O impacto da notícia, em seu primeiro momento, foi de um vácuo. Um impreenchível vácuo na música. O mundo ficou mais pobre na arte musical.
Ele foi chamado deste mundo para ir compor em outra dimensão, onde talvez os homens não sejam mesquinhos, se houver políticos não serão dados à rapinagem do dinheiro público. Antes de partir escreveu, ele próprio, seu obituário. Despediu-se dos amigos, dos familiares, em especial das irmãs e dos filhos e netos. E, para sua amada Maria Travia, com quem era casado desde 1956, deixou a mensagem mais linda.
“… Por último mas não menos importante (Maria). Renovo a você o extraordinário amor que nos uniu e que lamento abandonar. Para você, o adeus mais doloroso.”
A arte tornou o maestro imortal.
Que seus admiradores continuem a ouvir e divulgar suas composições.
Deixo, aqui, esse encantador videoclipe com Le vent le cri, para todos os que gostam de flutuar. Apague as luzes. Coloque no modo tela cheia. Relaxe. E entre nessas imagens enquanto a música embriaga sua alma.