Pelo “Dia do Amigo”

One day in your life when you find that you’ve always waiting / For the love we used to share, just call my name, and I’ll be there. (Don Eliot)

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O que é um amigo? São tantas as respostas que nós nos sentimos perdidos na hora de definir amigo.

Algumas definições – clássicas nesse mundo do descartável – são hilárias, outras, sentimentais e outras ainda parecem verdadeiras.

… amigo não é o que separa a briga, mas o que chega do seu lado dando voadora no agressor…

…amigo não é aquele que impede seu pranto, mas o que enxuga sua lágrima…

…amigo não é a sombra, que só te acompanha enquanto o sol brilha…

Fui e sou pessoa de poucos amigos. Não sei bem o porquê.

Em criança preferia os livros às brincadeiras – por volta de cinco anos de idade os adultos descobriram que eu já sabia ler – ninguém me ensinara, mas eu lia, e, curiosamente, não sabia ainda escrever porque não fora alfabetizada, mas sabia ler. Ler não me magoava. Ler não me feria.

As outras crianças em geral eram más – mesmo quando entrei na escola, não tinha amigos. Resultado: hoje sei que fui uma criança solitária, e por isso mesmo gosto da solidão, me sinto bem comigo mesma.

Sempre tive a companhia dos irmãos e primos, família numerosa, à moda antiga, unida e amorosa. Para que precisaria de estranhos?

Muitas pessoas não conseguem manter amizade com os próprios irmãos, e se desmancham em amizades com estranhos. Não entendo isso.

Mas, ao longo dos anos, obrigada à convivência social, fiz alguns amigos, além das relações familiares.

E vejo que amizade não é algo que se põe na balança, que se mede em centímetros… não adianta porque a conta não bate – sempre alguém dá mais, cede mais, se doa mais…

Mas é bom ter amigos, ainda que não sejam tão amigos, mas sejam mais que simples conhecidos ou colegas de trabalho.

Se algum, por uns momentos, se dispõe a pegar a outra alça da nossa sacola da vida, já torna momentaneamente mais leve nosso caminhar.

Os encontros, as conversas descompromissadas, a convivência alegre e despreocupada da relação volátil, isso é tempero de viver.

Alguns amigos são tão passageiros que sequer marcam nossa existência, nem sei se podemos denominá-los amigos, ainda que frequentem nossa casa e se façam muito presentes por um breve tempo. Mas nada trazem, não somam, não acrescentam.

Outros, porém, se tornam parte de nossa existência, e ainda que fiquemos muito tempo sem encontrá-los, quando temos a sorte e a felicidade de um reencontro, a conversa flui leve, a distância não existe e o tempo de separação não interferiu no carinho mútuo. Esses eu acredito que são os verdadeiros amigos. Mesmo distantes estão, de alguma forma, a nosso lado.

Concluo, então: amigo é o que ficou quando todos já se foram, sejam os amigos/irmãos de sangue ou de vida.

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