Toda manhã na África uma gazela acorda. Ela sabe que terá que correr mais que o leão ou será alcançada e devorada por ele.
Todo amanhecer, na África, um leão acorda. Ele sabe que terá que ser mais rápido do que a gazela para alcançá-la ou morrerá de fome.
Não importa se se é leão ou gazela. Quando o sol nascer, é melhor começar a correr.

Há certos momentos na vida que recomendam o mais completo recolhimento: de alma, de palavra, de imagem…
Momentos em que devemos meditar, calar e ficar reclusos em casa, sem nos expormos em nenhum sentido.
São momentos em que sentimos todas as portas fechadas, todas as pessoas hostis, todas as conjunturas dos astros contra nós.
Esses momentos são inevitáveis, passamos por eles incontáveis vezes na caminhada por esta vida. Seja quando o amor acaba, o casamento desaba, o emprego desaparece, a promoção vai para o colega, a amizade se desvanece no ar.
Pensamos morrer, temos certeza que desta vez não sobreviveremos. Porém, do fundo do ser, de algum lugar invisível e intocável, surge a força, e enxergamos a corda que nos tirará do poço, e ao olharmos para cima, há a luz.
A divina luz da esperança, pequena, do tamanho da boca do poço enquanto estamos no fundo, mas que crescerá à medida que conseguirmos subir para sair de lá. De algum modo conseguiremos forças e sairemos. Sairemos pelo nosso próprio esforço, porque não existe nenhuma mola no fundo do poço que nos jogará para cima. Mas também o fundo do poço não é túmulo e não teremos de ficar lá por toda a eternidade se não quisermos.
E, de repente, já aqui fora, estamos fortes, lutando de novo, caindo, levantando, e isso é que, na verdade, é viver.
Abraço.
Bonita prosa poética.
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