
Quando se ouvirem tocar as trombetas do final dos tempos
E uma brisa varrer a lveveza do ar, como um fraco vento
Levando os amores mortos, as paixões fracassadas
Vagarão tristes os corpos descarnados dos vivos
Que chegam a desejar a morte em meio a tanto deserto
As ideias já não são, não sobreviveram à solidão
De quem ainda pensava e de alguma forma esperava
Cadáveres insepultos povoam os caminhos
Crianças abandonadas, velhos desamados, mulheres exauridas
Nesse mundo de egoísmo e violência insana
Nem mais existe a força da revolta, toda a energia foi gasta
Os homens duelaram sem armas, as palavras feriram mais
do que a faca, a cobiça matou muito mais do que as balas
Os poderosos distribuem fuzis e granadas para os fracos
Todos se tornam pasto de todos na terra arrasada
Aves de rapina dão seus rasantes ameaçadores
Cães atacam seus próprios donos e os estraçalham
Já não há ordem, as leis morreram por falta de uso
Pode-se ver o avesso do mundo, o outro lado da vida
Até que um dia um ser, esmagado de tanto sofrer,
Levantará as mãos aos céus e bradará, em nome de todos
“Piedade, meu Pai! Misericórdia, Senhor!”
Pedindo ajuda ao Deus que ele ajudou a matar.
Pensando…
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