Poesia da casa – Na estrada

  Não sei se passo eu por essa estrada
 Ou se é essa estrada que por mim passa
 No asfalto – tão cinza e tão feio
 Correm brancos riscos a meu encontro
  
 Nos dois lados troncos fazem cercas
 Cruzam rápidos, levando esticados
 Tantas linhas feitas de arame farpado
 Só para mostrar existir um limite invisível
  
 Poste e torres correm com seus fios
 Levam luz, levam calor, levam progresso
 E ainda levam as boas e as más notícias
  
 Cruzando com esses riscos brancos
 Passo eu por estrada que não tem fim
 Ou é ela, a estrada, que passa por mim?