
Chove.
Chove muito nesta sexta-feira que amanheceu ensolarada.
Desde sempre eu gosto de chuva, de andar na chuva, de ver a chuva.
Adoro dias chuvosos.
Num de repente o céu escureceu, no final da tarde, as nuvens pesaram e veio uma tempestade.
Raios, trovões e muita água. Como se estivesse lavando a terra toda.
Depois amainou. Ensaiou se acabar, parecia que ia sair, mas resolveu ficar. E continua chovendo mansa, suave e docemente.
Foi como uma paixão tardia, que não se esperava mais.
E, num de repente da vida, nuvens se juntam e a paixão, inesperada, explode.
Como uma tempestade, com vendavais, raios, faíscas e tudo o que se tem direito.
Quando se pensa que tudo vai acabar, a paixão está amainando, ela se fortalece e se recusa a nos deixar.
E com aconchego, ainda muitas trovoadas e ventos fortes, a paixão resolve ficar para sempre.
Isso chamamos de amor.
E ela continua, mansamente, a embalar nosso viver, como se fosse a chuva calma, que garante a noite tranquila.
Nada melhor que uma chuva no final do dia, uma paixão no final da vida e uma noite tranquila no final do dia. Sempre.