
Sei que um dia morrerei. Nem cedo, nem tarde, nem antes nem depois. Apenas na hora marcada, no momento exato.
Mas não me será dado o castigo de viver eternamente.
A morte coroa a vida, como uma bênção.
Há aquele tempo determinado que não podemos ultrapassar, ainda que não tenhamos a mínima ideia de qual é nosso tempo.
De alguns, são minutos, de outros horas, dias, semana, meses e anos. Há ainda aos que são reservadas décadas e, para poucos, século.
A todos, o mesmo fim – um dia hão de morrer.
Tenho muitas décadas. Portanto, a cada novo sol, a cada nova lua, menos tempo tenho para continuar aqui, pois mais e mais me aproximo da curva no meu caminho.
Esse é o destino – ou a sorte – de todos e de cada um.
Não me furto, não me escondo, não penso muito nisso.
Quero viver intensamente todos os dias da minha vida.
Aproveitar todas as horas.
Viver, apenas isso: viver. Viver como quem sabe que um dia morrerá.
Não sei quem estará a meu lado quando chegar o momento de minha partida.
Ou se estarei completamente sozinha – afinal, a maior parte da minha vida eu vivi sozinha.
Se terei das mãos de alguém um pouco de amor e um gole de água para morrer acolhida.
Não importa. Nada disso importa.
A única coisa que levarei comigo para onde eu for será essa paixão pela vida que sempre comigo esteve.
A certeza que estive viva todos os minutos que vivi.
Só isso.
(Imagem – Banco de imagens do Google)