
… e assim chegou mais um outubro…
Promessa de renascimento, primavera, entre furacões naturais e políticos, afetivos e amorosos… mais um outubro…
Quantos outubros já vivemos? Quantos ainda teremos?
Ideia recorrente da partida iminente…
Mês de tantos aniversários… dos que estão aqui e dos que já partiram…
Por que nos lembramos – e muitas vezes até mesmo celebramos – o aniversário de quem já partiu? Que sentido há nesse ato?
Homenagem?
Saudade?
Aqueles que amamos e já morreram, chamados pelo Pai? Devemos celebrar sua data natalícia aqui na Terra? Se deixaram a vida terrena e, seja lá por qual motivo, nos deixaram?
E, pior ainda, aqueles que morreram dentro de nós, mas continuam vivos nesse plano?
Como celebrar o aniversário daqueles que morreram – ou matamos – dentro de nós, aqueles que nos deixaram voluntaria e cruelmente?
Na verdade, por que comemorar aniversários? Que sentido há nisso? Sorrir e festejar por estar oficialmente envelhecendo, a cada dia mais perto da morte?
Muitas vezes longe das pessoas amadas, dos familiares, cercados apenas por interesseiros e desavergonhados?
Mesmo que estejamos em família, que sentido em celebrar algo que aconteceu há tantas década?
Venha, outubro, com suas chuvas, furacões, tempestades tropicais e mudanças.
Com seus aniversários, dos mortos, dos vivos e dos mortos-vivos.
Com suas flores de outubro, com seus feriados e comemorações.
E passe logo.
Que novos tempos virão…
(Imagem: banco de imagens Google)
(Imagem: banco de imagens Google)