
Por seres quem me foste, grave e pura Em tão doce surpresa conquistada Por seres uma branca criatura De uma brancura de manhã raiada Por seres de uma rara formosura Malgrado a vida dura e atormentada Por seres mais que a simples aventura E menos que a constante namorada Porque te vi nascer de mim sozinha Como a noturna flor desabrochada A uma fala de amor, talvez perjura Por não te possuir, tendo-te minha Por só quereres tudo, e eu dar-te nada Hei de lembrar-te sempre com ternura. - Rio, 1941 -
(Imagem: banco de imagens Google)