Paz (Memória – um ano)

Voo cego – solidão não é liberdade

Abismos esperam o passo em falso

Precipícios da alma, escuridão no dia claro

As flores se despetalaram ao vento

A vida se desfez em um breve instante

O que era já não está mais

O que existia não mais acontece

Tudo é nuvem que se desfaz e desaparece

Não é mais preciso remar – viver à deriva

Que a vida não vale a pena ser vivida

Rochedos esperam depois da curva

Fechando de vez o caminho incerto

Já não há para onde ir

A noite cai em uma vida inútil

E então, finalmente, sem sofrimento,

Sem lágrimas, sem dores – em paz,

Alma e corpo irão descansar –

Flutuar na eternidade

(Imagem: banco de imagens Google)