
Voo cego – solidão não é liberdade
Abismos esperam o passo em falso
Precipícios da alma, escuridão no dia claro
As flores se despetalaram ao vento
A vida se desfez em um breve instante
O que era já não está mais
O que existia não mais acontece
Tudo é nuvem que se desfaz e desaparece
Não é mais preciso remar – viver à deriva
Que a vida não vale a pena ser vivida
Rochedos esperam depois da curva
Fechando de vez o caminho incerto
Já não há para onde ir
A noite cai em uma vida inútil
E então, finalmente, sem sofrimento,
Sem lágrimas, sem dores – em paz,
Alma e corpo irão descansar –
Flutuar na eternidade
(Imagem: banco de imagens Google)