Quando me dei conta, ela já havia passado
Eu, pensando que a esperava chegar, não a vi
Só pressenti, intui, pensando haver chegado,
Mas ela já se fora quando enfim a percebi
Como uma névoa, que tudo cobre, onde se avança
Vendo os vultos a cada metro então vencido
Fui devagar, e a me guiar, só a esperança
Sem perceber que assim morria sem ter vivido
Ah, tempo, tão ingrato e sempre apressado
Que nesta alma provocou tanta erosão
Traga de volta aquela que não tem passado
Que, fugidia, se vai sem despedida
E a busco, e procuro, sempre em vão
Essa louca a quem chamo “minha vida”