A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança…
A quem devo dizer que em tua carne
se sobreleva o tempo e o duradouro,
mancha de óleo no azul, alaga e intensifica
o contratempo a que chamei amor?
A quem devo dizer dos meus perigos
quando, o corcel furioso olhei ao longe
e não vi mais limites que o oceano
nem mais convites que o das ondas frias?
Como antepor o corte nas montanhas
– Liberdade – ao dever que a si mesma impõe a terra
de estender-se conforme o espaço havido?
Malícia do destino, ardil composto outrora...
Arde a grama da noite em que te vais embora,
e essa chama caminha, essa chama, essas vinhas,
essas uvas, cortadas noite afora.