A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança…
Não me fale de sua tristeza,
não descreva suas angústias nem seu cansaço
Quando você chegar, olhe nos meus olhos com alegria e
traga notícias do mundo lá fora, de tudo o que não vi
Quero saber das cores que através da janela
o amanhecer projetou na parede do seu quarto
E também se seus braços sentiram falta
de enlaçar meu corpo e me manter presa no seu
Quero saber do viço das folhas das árvores depois da chuva
Da algazarra dos pássaros voltando para os ninhos no entardecer
Quero saber dos tons de ouro e fogo com que o sol
tingiu as águas do rio para esperar a noite chegar
Não fale de sua tristeza, de suas angústias nem de seu cansaço
Quando você chegar, me abrace em silêncio
Apenas se deite no meu peito e deixe que meu ventre acolha você
Que seja meu corpo o seu repouso e meu amor o seu descanso(Pintura de Bruno Steinbach. “O Abraço, opus II")