
Não peço que tire os sapatos, ao entrar na minha casa.
Ou seria minha vida? Entenda como quiser.
Peço que tire a máscara e a armadura.
Pode deixar ali naquele cantinho, devolvo na saída. Prometo.
E não me venha com silêncios ou imobilidades.
Nada de recuos ou fugas.
Apenas entregue-se.
Aqui, o durante, é que importa.
O antes e o depois você resolve lá fora, cadeira do analista, bar com amigos, tanto faz.
Aceite as falhas, engula a pressa.
E não me peça para escutar as coisas que você não diz. Não leio mentes, não faço jogos.
Me aceita, me abraça e me recebe. Deixa alguma marca, cria alguma história.
Sou uma mistura de aço e gelo.
Adicione um pouco de vodka.
E sirva-se.
(Imagem: banco de imagens Google)