Texto de Ângela Caboz – Não penses que mudei

Não penses que mudei!

Tu partiste e eu continuo igual a mim mesma.

Chorei, sim é verdade que chorei. Afinal como bem sabes não sou feita de mentiras, portanto, chorei pelo amor verdadeiro que me corria nas veias e que acelerava o meu coração. Chorei rios de desilusão, litros de revolta e também soltei do meu coração algumas toneladas de sofrimento.

Libertei tudo isso silenciosamente. Limpei cuidadosamente a ferida que fizeste e foi com muita força que a curei, para que não restassem vestígios de ti na minha nova vida.

Mas tudo isso não me fez mudar! Continuo igual.

Sou a mulher que te conquistou, a mesma que te amou. Aquela mulher sofrida que não teme o futuro. A que vem de um passado duro e coberta de marcas que lhe ficaram tatuadas no corpo. Sou a mulher que poucos saberão amar por não terem essa capacidade de compreender as virtudes de uma mulher com passado. Talvez não seja fácil abraçar alguém que tem feridas com nome e que não desiste de sua própria identidade e por isso não quiseste ficar a meu lado. Não tiveste força para amar tudo o que sou.

Continuo a acreditar no amor e sei que sempre será ele a comandar a minha vida, por mais que amar me vá deixando marcas que nunca se irão apagar.

Não mudei, apenas aprendi a dar distância a quem não me procura. A não sorrir para quem se afastou. E em tudo isso tu poupaste-me o trabalho quando partiste por vontade própria, dessa forma não tive que te riscar da minha vida com quem quer corrigir um erro de percurso.

Sou a mulher que se veste todos os dias dela mesma, sem ter medo de continuar na estrada da vida.

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