Bandeira do Brasil / Ninguém te manchará
Teu povo varonil / Isso não consentirá
Bandeira idolatrada / Altiva a tremular
Onde a liberdade / É mais uma estrela a brilhar.
(Fibra de Herói – Música de Teófilo De Barros Filho e Cesar Guerra Peixe)
Dia de faxina de documentos no escritório.
Olho pela janela. Vejo a Bandeira Nacional.
Não na sua tradicional forma retangular de fundo verde, sobreposto por um losango amarelo e um círculo azul, no meio do qual está atravessada uma faixa branca com o lema nacional em letras maiúsculas verdes, na proporção 7:10.
Mas outra forma, que a natureza traz à minha janela:
Contra o céu azul malhado de nuvens brancas, uma sibipiruna coloca estrategicamente sua folhagem de um verde forte, salpicado de delicadas flores de intenso amarelo.
Fico a olhar longamente esse enquadramento. E vejo a Bandeira do Brasil.
A verdadeira.
Aquela que representa um país que foi às ruas para evitar que nossa bandeira se tornasse vermelha, sendo substituída pela bandeira de um partido esquerdista e oportunista, que estava destruindo a economia da nação e tirando a dignidade de um povo.
Não sei o quanto investi nessa luta. Não sei quantas centenas de e-mails e mensagens. Não sei quantas dezenas de vezes ouvi dos céticos e omissos “Ah, isso não vai dar em nada…”. Não sei quantos milhares de passos caminhei pela Avenida Paulista, sol ou chuva, cansada ou disposta, doente ou sã.
Mas estava lá. Não ganhando, mas até mesmo pagando. Porque meu ideal era maior que qualquer desânimo, qualquer dificuldade, qualquer perigo. E, nesses dias, não apenas a Paulista ou São Paulo era verde e amarelo, mas um país de dimensões continentais se revestia com suas cores e se transformava em imensa Bandeira viva.
Fui pioneira ao cunhar a expressão “A minha Bandeira jamais será vermelha”, que se transformou em “A nossa Bandeira jamais será vermelha”. Sinto orgulho quando a ouço nos quatro cantos do país.
Foi uma grande alegria ver que o país – pela primeira vez em sua História – se uniu em um objetivo comum, de recuperação, reconstrução e democracia. Um povo que no máximo se unia para torcer em jogo de copa do mundo de futebol.
É uma alegria ver que a mobilização não acabou, o povo não se dispersou.
Conseguimos, como efeito colateral, despertar a consciência política. A população se interessa pelo que acontece na vida do país. Se une para pedir, reclamar, boicotar, agir para melhorar. E isso é lindo. Muito lindo. Isso é o pleno exercício da cidadania.
Chegamos lá? Claro que não. Ainda falta muito.
Mas o primeiro passo foi dado, e, como em uma maratona, ninguém mais conseguirá segurar nossa caminhada rumo ao Brasil Verde-e-Amarelo que sonhamos. Agora é realidade.