Maldição

 

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Quando meus olhos nada mais puderem ver

E meu sangue, congelado, deixar de correr,

Não chore por mim em nenhum momento

Nem me procure em outras mulheres

Porque fui única em tua vida

E como ninguém mais eu te amei

Se um dia o caminho se desfez em pó

E as pegadas então se apagaram

Perdemos o rumo um do outro

E conhecemos a solidão dos amantes separados

Em cada horizonte visualizei teu perfil

Busquei tua presença e me fiz ausência

Lua e sol se alternavam impassíveis

Poeiras de estrelas alegravam meus atalhos

E te busquei, te busquei em cada novo amanhecer

E te esperei a cada noite que chegava fria

Mas a vida, vazia de carinho, se esvaiu

E a vontade de viver desapareceu

Por isso eu parti – na hora devida

Nem antes nem depois, mas no momento exato

Sem gritos, sem ritos, sem alarde

No silêncio de uma alma enlutada

Só tenha a certeza que não fui feliz

E preferi ir embora desse viver em vão

Mas não precisa chorar por mim nenhuma vez

Porque te deixo a minha ausência concreta

E que terei morrido de tanto amar

E de quem morreu te amando jamais te esquecerás