Nos últimos dias a arte brasileira sofreu perdas irreparáveis. O vírus resolveu ceifar nossos poetas Sérgio Sant’Anna, Marcus Vinicius Quiroga e, ontem a poeta e escritora Olga Savarys. Palavras forte, pensamento ordenado, sensualidade dosada, sua poesia traduz a alma feminina sem rodeios. Ela é eterna. Ela se eternizou em sua poesia.
Caiçuçáua
e algum inverno
nesta cidade sem outono
e pouca primavera:
tudo isto te vê entrar
em mim todo inteiro
e eu em fogo vou bebendo
todos os teus rios
com uma insaciável sede
que te segue às estações
no dia aceso.
Em tua água sim está meu tempo,
meu começo. E depois nem poder ordenar:
te acalma, minha paixão.