Poesia da casa (Memória) – Vulcão adormecido

Trouxe a poesia dentro de si:

Chegou mansamente e aqui ficou.

Pousou em meu peito com a leveza

De uma delicada borboleta

Que pousa em uma pétala de flor.

Coloriu meu dia e minha vida,

Até então sempre cinzentos;

Alegrou minha alma e meu caminhar

Que eram imersos em tantas tristezas.

Despertou toda a paixão latente

Como se fosse um vulcão adormecido

Que volta subitamente à vida.

Abriu as comportas do desejo,

E, desde então, acreditei que,

Encantados de tanto amor,

Seguiríamos sempre juntos.

Hoje, a saudade em forma de lágrimas

Inunda meu rosto com quentes gotas.

Saudade é privilégio de quem foi feliz

E esse sentimento, quando muito intenso,

Se liquefaz tal como magma em lava,

E esse vulcão, que então explodiu de paixão,

Volta à quietude de seu letárgico sono

E, novamente entorpecido, em sua ausência

Adormece triste e eternamente.

(Imagem: banco de imagens Google)