Amor 37 anos depois

Ganho de brinde uma revista – “TODOS”, em uma farmácia.

Leio tudo que tem letra – leio até sopa se o macarrão for de letrinhas. Então começo a ler a revista. Interessante. Vários depoimentos, superação, histórias de pessoas tipo “gente como a gente”.

Aí vem a reportagem da capa “A emoção do reencontro”.

É a história de Rosângela e Hugo. Foram namorados, noivos e, sem explicação, ela terminou tudo. Sofreram separados. E assim permaneceram.

Cada um seguiu sua vida, tiveram seus casamentos, suas separações.

Um dia, já sozinho, Hugo liga para ela e pede para conversarem. Quando se encontram, a antiga paixão explode. Eles voltaram a sentir o mesmo da juventude. E finalmente, 37 – trinta e sete – anos depois, eles se casaram.

Penso a respeito disso que li. A historia se repete, com variações, como um tema musical.

Vejo que algumas vezes, mesmo devastados, com o coração em farrapos, temos de seguir adiante, deixando o amor/paixão para trás. E, aos trancos, voltamos a viver.

Chegamos ao ponto de ignorar completamente nosso passado, negar o amor que sentimos e simular novo amor, nova paixão, ter outros relacionamentos.

Mas, no íntimo, sabemos que deixamos – bem lá atrás – uma porta aberta. Deixamos de propósito ou por um lapso da paixão.

E essa paixão não vivida nos assombrará nas madrugadas frias e nos momentos de solidão. Mesmo assim a negaremos.

Feliz quem um dia volta a olhar nos olhos de quem tanto amou a vida toda. Como nesse caso de Rosângela e Hugo, que voltaram a se encontrar 37 anos depois da separação.

E se deram uma segunda chance e são felizes.

Que surpresas a vida guarda para cada um de nós?