Pressa

Hoje, apressada, vou postar um poema de Ronaldo Cunha Lima. Todos sabem que foi político paraibano. Mas, além de político, foi advogado, promotor de justiça, professor e um grande poeta:

Quando meus filhos disserem a meus netos

o quanto eu os amava

e quando meus netos disserem a meus filhos

que  guardam lembranças minhas

e de mim sentem saudade,

não terei morrido nunca,

serei eternidade.

 

E ainda:

 

Eu amo uma mulher que não existe.
Mas a vejo sempre,
conversamos muito
e lhe quero bem.
Tem muitas faces,
não sei seu nome
e, se nome tem.
Só sei que quando
eu estou triste,
ela então existe
e de repente vem
confortar-me a alma,
trazer-me calma
e me fazer bem.
E a quem me indaga:
– Que forma vaga
de amar alguém?
Eu nada escondo
e então respondo
como convém:
– É meu coração,
na solidão,
sem ter ninguém.

 

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