Vou tirar férias de mim,
Vou tirar férias de tudo.
Jogar os sapatos pro alto,
tirar as pilhas dos relógios.
Desligar o telefone, a campainha,
Dispensar a entrega de jornal,
Perder as chaves do carro,
Esquecer de abrir os portões.
Afofar os travesseiros,
encomendar muito sol.
Ficar sem mala, nem bolsa.
Não pensar, não querer, não ouvir.
E assim ficarei trinta dias
Ausente de tudo e de mim.
E, se lá estiver muito bom,
Quem sabe não volto mais, não.