O homem é uma prisão em que a alma permanece livre. (Victor Hugo)
Uma alma aprisionada sonha com a liberdade de ir. Ir a qualquer lugar, perto, longe, outro país, outro planeta.
Mas ir.
Porque às vezes se chega a um ponto que não dá mais para ficar.
E a alma, livre por natureza e vocação, sofre com as grades que a cercam que a limitam, que a aprisionam.
Aprisionada ela não é mais alma, como um pássaro cativo que perde sua natureza de pássaro e canta de desespero e não de alegria.
Ir a lugares novos, nunca vistos nem visitados, desde a alma de outras pessoas até outros mundos bem distantes.
E voltar aos lugares onde viu a felicidade, onde encontrou o prazer. Rever lugares onde nunca esteve, mas sonhou e sabe que existe.
Ir novamente às melhores paisagens, aos mais caros rincões cuja existência ninguém mais conhece, mas que por ter estado lá nunca pode esquecer.
Voltar a um momento tão distante, tão passado, tão fugaz, mas que ficou vivo na alma como brasa na carne.
E assim, presa, sonha com a liberdade que também nunca teve. Triste sina das almas que não são livres.
Triste vida das pessoas que se deixam aprisionar.