Tantas eu sou quantas mais eu fui
Porque indiferente ser um, não ser um ser nenhum
Se viver é se superar a cada momento, lanhar a casca para seguir adiante
Não posso me levar inteira para onde eu for
Alguns lugares são tão pequenos para todas essas
E jamais poderei deixar alguma para trás, abandonada
Ou corro o risco de nunca mais a encontrar
Temos de nos unir e nos adaptar ao nosso canto
E assim vivendo entre mim e mim mesma
Indecisa entre ficar inteira ou ir partida, despedaçada,
Prefiro deixar-me ficar junto de mim aqui
Espalho eu mesma minhas eus pelo meu mundo
E depois as recolho e as guardo com amor